O judoca Marcelo Adriano de Azevedo Casanova, de 17 anos, foi confirmado como paratleta pela Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV). Ele é o primeiro atleta do Recreio da Juventude a obter essa classificação, que o habilita a participar de eventos paralímpicos.

Casanova tem albinismo, distúrbio genético que se caracteriza pela ausência total ou parcial de melanina, pigmento responsável pela coloração da pele, dos olhos e dos pelos. Também por isso ele tem a capacidade visual reduzida. Ele foi classificado na classe visual B3, para quem tem definição de imagens. A B1 é de atletas totalmente cegos e a B2 para quem consegue ter a percepção de vultos.

 

Primeiro ouro como paratleta e vaga no Grand Prix

A confirmação da classificação como paratleta de Marcelo Casanova veio acompanhada de uma medalha de ouro nas Paralimpíadas Escolares 2021, na categoria até 90 Kg. Ele foi o único judoca da delegação gaúcha. A competição foi disputada entre os dias 23 e 26 de novembro, no Centro de Treinamento Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo, e reuniu mais de 900 alunos com deficiência, de todo o Brasil, em 13 modalidades.

A conquista habilitou o atleta a participar do Grand Prix Nacional Paralímpico de Judô, na categoria adulto. A competição inicia nesta quinta, dia 1º de dezembro, também em São Paulo. O torneio irá reunir atletas da Seleção Brasileira que disputaram os Jogos Paraolímpicos de Tóquio.

“É um caminho novo que estou percorrendo, sem dúvida (a participação no Grand Prix) me dará muita experiência e serve de entrada para, quem sabe, a Seleção Brasileira”, afirma Casanova.

O treinador do atleta, sensei Giovani Cruz, explica que no Grand Prix podem surgir convites para uma nova etapa de treinamentos.

“Estamos desbravando um mundo completamente novo. Sem falsa modéstia, o Marcelo foi o melhor atleta da categoria em São Paulo (nas Paralimpíadas Escolares), o que já lhe deu muita visibilidade. Que essa conquista, futuramente, estimule a formação de novos atletas”.