O som das bolas ecoando no ginásio, o barulho da torcida, os gritos de incentivo vindos do banco e o brilho nos olhos de quem pisa na quadra. Para Daniel Mezavilla, técnico da equipe sub-16 feminina do Recreio da Juventude, tudo isso tem um peso diferente quando o Campeonato Brasileiro Interclubes (CBI) acontece em casa.


“São poucos lugares que têm o que temos aqui. A estrutura, o público presente, a atmosfera... Eu disse para as meninas: ‘eu queria estar jogando em um ambiente desses’. É uma vivência que vai ficar marcada na memória delas para sempre”, compartilha o treinador, à frente da equipe caxiense na Etapa Classificatória A da competição, que reúne alguns dos principais clubes formadores do país.

 

Desde janeiro, o grupo vem se preparando intensamente para o campeonato. Com treinos extras, planejamento estratégico e participação em dois torneios prévios, em que conquistaram um título e um terceiro lugar, a equipe chegou ao CBI com foco e disposição. “Fomos a primeira categoria a iniciar os treinos no ano. Tivemos uma preparação extensa e bem pensada para dar às atletas as melhores condições de competir em alto nível”, destaca Mezavilla.

 

Durante os jogos, o Recreio tem encarado adversários de realidades distintas, muitos com rotinas de treino mais intensas e estrutura voltada exclusivamente à formação de atletas. Mesmo assim, as caxienses demonstram entrega e capacidade de adaptação, encarando cada desafio como parte do processo de crescimento. “Aqui, as meninas conciliam o esporte com os estudos. A maioria não vive do voleibol, mas joga com muita garra. E isso nos enche de orgulho”, afirma.

 

O técnico também valoriza o desempenho individual e coletivo da equipe, destacando a maturidade que algumas jogadoras vêm demonstrando em quadra. “Temos atletas que estão conseguindo assimilar bem a competição, entender as exigências e executar suas funções com mais segurança. Isso mostra a evolução do grupo como um todo.”

 

Mais do que resultados imediatos, Daniel vê o CBI como um espaço de desenvolvimento a longo prazo. Ele ressalta a importância de enfrentar estilos de jogo diferentes, trocar experiências com outras comissões técnicas e ampliar a visão tática e estratégica das atletas. “Essa competição é um divisor de águas. O nível é outro, a exigência é outra, e isso transforma as meninas, e a nós, como profissionais.”

 

Com foco total nos próximos confrontos, Mezavilla reforça o compromisso da equipe com a superação e o aprendizado contínuo. “Vamos continuar fazendo a nossa parte, ajustando o que precisa ser ajustado, mantendo a motivação das atletas e competindo até o fim. Tudo que fizemos até aqui é parte de um processo. E estamos firmes nele.”