É sempre tempo de homenagear Tim Maia 

Tim Maia fazia tudo com paixão, era intenso, e musicalmente falando, é uma das vozes mais conhecidas do país. Suas músicas são cantadas em coro, onde quer que sejam tocadas. Não há quem não conheça pelo menos uma de suas canções. Por isso, é sempre tempo de homenagear Tim Maia. 

Tim Maia é conhecido por uma voz inconfundível, pela musicalidade, estilo único e por toda a emoção que transmitia em suas letras. Mas é conhecido também por uma vida marcada por altos e baixos. De origem humilde, era o caçula de 12 irmãos de uma família que morava na periferia do Rio de Janeiro. Quando criança, ganhou um violão do pai e deu início a sua carreira musical. Primeiro, nos grupos da igreja; depois com os amigos de infância e adolescência, ninguém menos do que Erasmo, Roberto Carlos e Jorge Ben Jor.  

Na adolescência, foi para os Estados Unidos, onde teve contato com a música negra americana e suas influências, que depois apresentaria ao Brasil em suas canções. A ele é creditada a introdução dos gêneros soul, no melhor estilo americano, e do funk no país. A bagagem musical ele trouxe para o Brasil após ser deportado dos EUA, onde havia sido preso por pequenos furtos e porte de drogas.  

Há quem diga que o fato de ser negro e gordo influenciou na demora para sua carreira decolar, principalmente em uma época em que os galãs da Jovem Guarda dominavam o cenário musical brasileiro. Mas o talento musical se sobressaiu a qualquer preconceito. Seu primeiro álbum, lançado em 1970 foi escolhido pela revista Rolling Stone como o 25º melhor disco brasileiro de todos os tempos. Esse disco de estreia apresentou ao Brasil e ao mundo canções que se tornariam clássicos: Azul da Cor do Mar e Cristina.  

A partir daí, Tim Maia já era Tim Maia, artista prestigiado, com shows sempre lotados e uma unanimidade entre a crítica especializada. Na sequência do primeiro trabalho, os volumes seguintes do disco seguiram a mesma linha de sucesso, apresentando Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar), Festa de Santo Reis, Você e Gostava Tanto de Você.  

Consolidado no meio musical, Tim Maia entrou em uma nova fase da sua carreira. Criou a própria editora musical – a Vitória Régia Discos – e passou a seguir a Cultura Racional, uma seita, religião ou filosofia de vida. Os preceitos da sua nova ideologia de vida inspiraram a composição de algumas letras. Apesar dos arranjos perfeitos e da plena forma vocal de Tim neste período – ele tinha parado de fumar, beber e comer carne vermelha por conta da religião – os discos tiveram pouco apelo comercial, principalmente pelo formato de produção independente. Mesmo assim, os discos desta fase estão entre os melhores da sua carreira.  

Depois de abandonar a Cultura Racional por se sentir traído pelo guru da seita, Tim Maia voltou aos velhos e nada saudáveis hábitos, mas continuou colecionando sucessos. Rodésia, Sossego, Acenda o Farol e Você e Eu, Eu e Você (Juntinhos) são do período pós-Cultura Racional.  

Brigas com produtores, executivos e técnicos por conta do seu gênio difícil dificultaram o seu acesso às gravadoras e foram marcas da sua carreira. Mas superadas as dificuldades, o fim da década de 80 e início da de 90 foi pródigo em sucessos. O Descobridor dos Sete Mares, Me Dê Motivo, Vale Tudo, Do Leme ao Pontal, são desse período.  

Tim Maia faleceu em março de 1998, aos 55 anos. Foi embora muito jovem, mas teve tempo de deixar uma contribuição extensa e marcante para a música brasileira e influenciar toda uma geração de artistas. Por isso, é sempre tempo de homenagear Tim Maia.  

Fonte: Tim Maia: vida, obra e maiores sucessos do Síndico do Brasil (novabrasilfm.com.br) 

Eternamente Tim Maia no Terça Cult 

O legado de Tim Maia será relembrado e homenageado no palco do Recreio da Juventude. A edição de abril do Terça Cult, o projeto cultural mensal do clube, terá o especial Eternamente Tim Maia, com Mestre Jorjão.  

Jorjão completa neste ano 25 anos de homenagens e reverência ao ídolo nos palcos de todo o país. Com uma interpretação marcada pela fidelidade vocal, dos jeitos, da irreverência e da musicalidade de Tim, Jorjão promete um show contagiante, alegre, vibrante e com toda a emoção que marcou a música do “Síndico do Brasil”. 

Jorjão já foi reverenciado por Nelson Motta – crítico musical e autor do livro sobre a vida de Tim Maia – como um dos melhores intérpretes do grande ídolo.    

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